domingo, 9 de janeiro de 2011

Carta de uma mãe de anjo!

Quando mulheres vivenciam a perda de uma criança, uma das primeiras coisas que elas descobrem ter em comum é uma lista de coisas que elas desejariam que ninguém nunca tivesse dito a elas.
As pessoas utilizam várias formas de comentários tentando ingenuamente nos acalmar.
Talvez tudo o que gostaríamos que fosse feito seria assim:
Quando estiver tentando ajudar uma mulher que perdeu um bebê, não ofereça sua opinião sobre sua vida, suas escolhas, seus projetos para seus filhos. Nenhuma mulher nesta situação está procurando por opiniões (de leigos) sobre porque isto aconteceu ou como ela deveria se comportar. 
Não diga: É a vontade de Deus. Mesmo se nós somos membros de uma mesma congregação, a menos que você seja um dirigente desta igreja e eu estiver procurando por sua orientação espiritual, por favor, não deduza o que Deus quer para mim. A vontade de Deus é que ninguém sofra. Ele apenas permite. Apesar de saber que muitas coisas terríveis que acontecem são permitidos por Deus, isto não faz estes acontecimentos menos terríveis.
Não diga: Foi melhor assim havia alguma coisa errada com seu bebê. O fato de haver alguma coisa errada com o bebê é que me faz tão triste. Meu pobre bebê não teve chance. Por favor, não tente me confortar destacando isto. 
Não diga: Você pode ter outro. Este bebê nunca foi descartável. Se tivesse a escolha entre perder esta criança ou furar meu olho com um garfo, eu teria dito: Onde está o garfo? Eu morreria por esta criança, assim como você morreria por seu filho. Uma mãe pode ter dez filhos, mas sempre sentirá falta daquele que se foi.
Não diga: Agradeça a Deus porque você perdeu seu filho antes de amá-lo realmente. Eu amava meu filho ou minha filha. Ainda que eu tenha perdido meu bebê tão cedo ou quando nasceu, eu o amava. 
Não diga: Já não é hora de deixar isto para trás e seguir em frente? Esta situação não é algo que me agrada. Eu queria que nunca tivesse acontecido. Mas aconteceu e faz parte de mim para sempre. A tristeza tem seu tempo que não é o meu ou o seu. 
Não diga: Eu entendo como você se sente. A menos que você tenha perdido um bebê, você realmente não sabe como eu me sinto.
Não finja que nada aconteceu e não mude de assunto quando eu falar sobre o ocorrido. Se eu disser antes do bebê morrer... Ou quando eu estava grávida, não se assuste. Se eu estiver falando sobre o assunto, isto significa que quero falar. Deixe-me falar. Fingir que nada aconteceu só vai me fazer sentir incrivelmente sozinha. 
Diga: Eu sinto muito. É o suficiente. Você não precisa ser eloquente. As palavras dizem por si. 
Diga: Ofereço-lhe meu ombro e meus ouvidos. 
Diga: Vocês vão ser pais maravilhosos um dia ou vocês são os pais mais maravilhosos e este bebê teve sorte em ter vocês. Nós dois precisamos disso. 
Diga: Eu fiz uma oração por vocês. Mande flores ou uma pequena mensagem. Cada uma que recebi me fez sentir que meu bebê era amado. Não envie novamente se eu não responder. 
Não ligue mais de uma vez, e não fique brava (o) se a secretária eletrônica estiver ligada e eu não retornar sua chamada. Se nós somos amigos íntimos e eu não estiver respondendo suas ligações, por favor, não tente novamente. Quando me sentir preparada retornarei sua ligação.
Não deixe de me visitar por que não tem um bebê para ver. Neste momento o que menos precisamos é ficar sozinhas. Mas não me visite se lamentando o ocorrido. Não venha me abraçar questionando a Deus, por que isto está acontecendo? Apenas me abrace.
Se você é meu chefe ou companheiro de trabalho: Reconheça que eu sofri uma morte em minha família não é simplesmente uma licença médica. Reconheça que além dos efeitos colaterais físicos, eu vou estar triste e angustiada por algum tempo. Por favor, me trate como você trataria uma pessoa que vivenciou a morte trágica de alguém que amava. Eu preciso de tempo e espaço. 
Por favor, não evite trazer seu bebê ou filho pequeno para eu ver. Não evite falar de sua sobrinha grávida, ou da sua irmã que teve um bebê há pouco tempo, por favor, não é isso que eu quero. Não é por que meu bebê não está mais entre nós que não ficarei feliz em ver seu filho, sobrinho, afilhado, ou desejar que outras gravidinhas sejam felizes com seus bebês. Talvez eu me emocione ao ver seu bebe sorrindo, mas isso não significa que estou triste em vê-los.
Lembre-se: A palavra morte é pequena e fácil de dizer. Mas a morte do meu bebê é única e terrível. Vai levar um bom tempo até que eu descubra como conviver com isto sem me emocionar.
Dessa forma com certeza irá ajudar!

Um comentário:

  1. Todas as pessoas próximas as mamães de anjos deveriam ler este texto. Assim saberiam como agir com a gente.

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